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Minas não há mais AÉCIO e agora?

O Senador da República Aécio Neves, representante de Minas Gerais no Congresso Nacional (foto), vê cada dia que passa a sua derrocada política. Parece que os tempos áureos, os dias de glórias, estão próximos do fim. O sonho de subir a rampa do planalto rumo à Presidência está cada vez mais distante e impossível.

O "mineirim", como ficou conhecido depois das delações da Odebrecht, está enlameado em denúncias de recebimento de propinas. A última foi amplamente divulgada pela Revista Veja, sua fiel escudeira e aliada de longa data e que recentemente ajudou o "mineirim" no arcabouço do golpe, que culminou no impeachment da Presidente Dilma Rousseff. 

Sem espaço dentro do PSDB nacional, Aécio Neves está pensando em se mudar para Belo Horizonte, capital mineira, em busca de refúgio e aliados para a disputa da eleição de 2018. Segundo informações, ele vai estudar o caminho mais fácil para se manter no poder e continuar blindado com o foro privilegiado. Ainda não sabe se disputará a vaga para o Senado ou se tentará o seu retorno ao Palácio da Liberdade como Governador do Estado.

Aécio Neves fez carreira política em Minas Gerais à sombra do seu avô Tancredo Neves, mas mesmo ocupando cargo eletivo pelo Estado desde a sua juventude, ele nunca morou em Minas. Viveu e vive o tempo todo no Rio de Janeiro, tratando Minas apenas como um albergue.

O tucano está tão queimado politicamente, que nem mesmo seus antigos aliados em Minas o querem por perto. Ele encontrará muita dificuldade para se reeleger para qualquer um dos cargos. A questão não é a escolha para a disputa para o Senado Federal ou para o Governo de Estado e sim reunir aliados e simpatizantes em torno do seu nome, tão chamuscado pela enxurrada de denúncias de corrupção.

Os mineiros estão saturados de Aécio Neves e o seu calvário poderá ter data e hora marcadas. Será na eleição do ano que vem a linha tênue que deixará Aécio Neves na berlinda. 

Se vencer a eleição para o Senado Federal ou para o Governo Estadual, continuará blindado, tendo foro privilegiado, imune das acusações que pesam sobre si pelos crimes de corrupção. 

Se perder a eleição, deixará de ter foro privilegiado, podendo ser julgado e condenado por todos os atos de corrupção, praticados como mandatário de um cargo eletivo.

O povo mineiro está revitalizando a memória inconfidente, com o eterno poema E AGORA JOSÉ? do poeta de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, e, vem fazendo paródia para o Senador paraquedista, que mora no Rio de Janeiro e só vem em Minas Gerais no período de eleição, para angariar votos. 

O povo mineiro pergunta: e "agora AÉCIO? Minas não há mais e agora AÉCIO?"

A leitura que se faz da paródia do título do poema, é que o povo mineiro se cansou de Aécio Neves. Que ele não reúne mais os atributos de reputação ilibada, retidão e caráter para representar o Estado, nem em Brasília, nem mesmo dentro do próprio Estado. E agora Aécio?